sábado, 25 de agosto de 2012

Mon amour: j'ai 34 ans.






Idade sempre foi um tema delicado para mim. Sofri ao fazer 21, ao chegar nos 30 e agora aos 34 me assusta a perspectiva dos 40. Mas tudo bem, já que tenho mesmo que fazer aniversário (e prefiro comemorar a vida à morte), aproveitemos o que a maturidade tem de bom, afinal não é só de rugas e de cabelos brancos que vive uma mulher que já passou da adolescência (embora eu não tenha cabelos brancos e adore me gabar disso!).
Contemos as alegrias, as vantagens como a de ter vida própria, casa própria que arrumo como quero, mesmo que compartilhada com o marido que, diga-se de passagem, é um madurão bem resolvido. Uso a roupa que quero e com a qual me sinto confortável sem me importar, de verdade, com a opinião dos outros. Durmo até ao meio-dia, ou mais, aos sábados. Não me incomoda o fato de pesar uns quilos a mais do que dizem as revistas de moda que deve ser o padrão para mim, os editores não me conhecem, não sabem que gosto de cozinhar, que forno e fogão me relaxam e que adoro servir bem minhas visitas e comer minhas comidas, óbvio. Tenho meu próprio dinheiro, não preciso pedir pra ninguém, oba! Não preciso me olhar no espelho planejando os mililitros de silicone que colocarei em implantes apêndices em meu corpo. Prefiro gastar o fruto do meu trabalho pelas ruas de cidades a serem exploradas e que encham minha alma de novidade, além dos livros que me contam histórias e de momentos com meu amor.
Sinceramente, aos 34 anos ando plena da vida. Claro que os medos existem, estão sempre pelos cantos, precisamos é mantê-los em seus lugares, alertas para nossa defesa e sobrevivência, mas só para isso. Nada de eles nos assombrarem, encherem o futuro de incertezas e falta de sonhos. Nessas alturas do campeonato, eu quero mais é cuidar da minha sensibilidade, da minha alma, dos meus amores, da família, do meu jardim, da certeza de escolhas bem feitas, cuidar de renovar minhas paixões e minha fé, sempre, todos os dias.
Aos 34 anos, a vida me sorri, e eu ando às voltas com uma novidade: resolvi fazer algo só para mim, só por mim, a aprender francês. Sonho antigo, daqueles de adolescente, que via filme europeu com o namorado, que achava o máximo o desenho animado da Bela e a Fera, com aquele sotaque no bonjour, no samovar, no nome de Pierre. Então, é isso, viver. E aprender, encher a cabeça de outras descobertas, descortinar os olhos para outras culturas, desvendar outros sabores e conhecer outras magias. E, no final, se dar ao luxo de visitar a França falando francês, próximo projeto a ser concluído, talvez, pelos 35, 36, 37... anos, quem sabe.

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