quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Apaixonando

Existem paixões as mais variadas. Desde a leve até a louca paixão; a que faz crescer e a que destrói tudo que há pela frente; a que traz o céu para a terra e a que leva o seu objeto para o inferno. E esse objeto pode ser uma pessoa, uma coisa, uma ideia, uma atitude. Todos nós desenvolvemos nossas paixonites, agudas, mas facilmente substituídas por outras e muitas vezes, mas muitas mesmo, lutamos para manter a paixão por algo que já não tem o mesmo sabor, nem o mesmo cheiro encantador de antes.
Em jornada pedagógica em uma das escolas em que trabalho, tenho observado os vários estágios da paixão pela educação. Estamos num trabalho de reflexão e re-estruturação das áreas administrativa e pedagógica e contamos com todo o quadro de professores nos debates. Tem sido interessante, para se dizer o mínimo. Como nossa escola oferta várias modalidades de ensino, fundamental (EJA), médio (regular e EJA), técnico profissionalizante e superior, as contribuições dos colegas das mais diversas áreas, licenciaturas, bacharelados e engenharias, têm contribuído de forma extraordinária para o crescimento do grupo como um todo.
Nisto está a paixão. Tenho ouvido discursos acalorados, defesas, questionamentos, inquirições, busca por esclarecimentos tanto da parte da supervisão escolar e direção quanto do corpo docente. E é gritante o fato de como os participantes estão motivados e imersos nas problemáticas apresentadas e na busca por soluções, como iguais, sem “eu mando, vocês obedecem”, mas com abertura e franqueza.
Nem tudo são flores perfumadas, óbvio, mas há no grupo, tão heterogêneo como o nosso, uma unidade mais palpável, mais observável e que tem proporcionado momentos de mais elucidação de problemas, retomada de processos, centralização de objetivos viáveis e não advindos de utopias impraticáveis. A cada noite, mesmo que em pleno meio do mês de janeiro, tenho saído de lá com a sensação de que em 2010 as paixões serão aquecidas e não suplantadas por cada novo desafio educacional.
Hoje, foi a noite dos projetos, reuniões por áreas para definição do que será, de fato, realizado para que o educar não fique cerceado por quatro paredes de uma sala de aula. Em nosso grupo, de línguas e literatura, ideias não faltaram, ideias essas que queremos que saiam do papel, ideias pelas quais trabalharemos para vermos realizados e alcançando os objetivos elencados, ideias que nos reacenderam a paixão pelo que já fazemos, paixão para que possamos nos mover a fazer o nosso melhor e a levar outros a também se apaixonarem pela educação, em sua melhor forma de expressão: a arte.
Que essa paixão que hoje nos move só se renove, ano após ano, apesar dos pesares do contexto educacional em que vivemos, apesar das limitações as mais variadas. Que as alegrias dos sucessos que temos no decorrer de nossa prática nos sustentem com a mesma alegria desses dias de verão que estamos passando na escola, dias de se apaixonar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amiga, parabéns pelo texto.
É isso mesmo.
Mil beijos e força na peruca!!!


Tina