sábado, 11 de abril de 2015

Educação-salvação: uma relação a ser repensada

Não é de hoje que se discute o papel da educação como única capaz de modificar o futuro da humanidade. Porém, o tema é muito mais abrangente e profundo do que tem se mostrado até então, pois não basta haver educação, esta deve ser de qualidade e para todos.
No Brasil, há diversas ações sendo realizadas visando à expansão da oferta de ensino até que este atinja a totalidade da população nacional, seja por meio de programas, projetos, escolas de educação popular, ONGs e associações ou das escolas institucionalizadas. O que se nota é a tentativa, nem sempre eficaz e eficiente, de mudar as estatísticas atuais no que diz respeito à capacidade de os brasileiros demonstrarem efetiva educação formal, constatando seu domínio em habilidades e competências mínimas a cada nível escolar. Se esses números representam fielmente a realidade é outra questão.
O que devemos levar em conta quando se tenta estabelecer a relação educação-salvação é se somente a educação deve ser considerada a culpada pelo aumento da violência, da marginalização social, do desemprego, da falta de estrutura familiar, da falta de embasamento na formação de cidadãos autônomos, críticos de seu tempo, conscientes de suas responsabilidades, em sintonia com as novas tecnologias e exigências do mercado.

O quanto o poder público tem efetivamente feito para descentralizar o acesso à educação e o quanto os protagonistas – professores, alunos e famílias – têm se dedicado para que a educação atinja seus objetivos deve ser o mote de um debate que leve à ação concreta para a mudança que tanto almejamos. O que devemos fazer é atuar de forma orgânica para que as práticas educativas sejam efetivas em seus objetivos, para que alcancem os agentes transformadores de seu tempo: crianças e jovens desafiados a mudar, a partir de uma atuação estruturada na ciência, no conhecimento e na visão de um mundo melhor, a realidade em que estão inseridos.

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